Colisão de partículas pode de fato criar buracos negros, dizem físicos
Written on 05:15 by Theo Wanderley
LHC e os buracos negros
Você certamente ouviu falar da controvérsia: físicos previram que o LHC (Large Hadron Collider - Grande Colisor de Hádrons), o gigantesco colisor de partículas construído na fronteira entre a França e a Suíça, poderia criar buracos negros microscópicos.
Mas há físicos e físicos. Alguns deles - na verdade, a imensa maioria deles - afirmam que isto seria uma descoberta fantástica - mas muito improvável de acontecer.
Os outros físicos, ou os poucos físicos restantes, que não compartilham do entusiasmo dos seus colegas, temem que esses buracos negros possam devorar a Terra. Entraram na Justiça e até fizeram uma petição às Nações Unidas para parar o LHC, mas não conseguiram convencer ninguém.
Isto porque os argumentos contra esses catastrofistas são sólidos.
Segundo a maioria dos cientistas, a destruição da Terra pelos buracos negros do LHC seria impossível porque, se esses diminutos buracos negros surgirem de fato, eles decairão rapidamente em partículas ordinárias, não durando mais do que um nano-nano-nanossegundo.
Nada científico até então
O que é curioso, porém, é que ninguém até hoje jamais havia demonstrado cientificamente que uma colisão de partículas pode criar um buraco negro, por mais improvável que isto seja.
Observe que, neste ponto, a comunidade dos físicos e os físicos dissidentes concordam: os dois grupos consideram válida a suposição de que os buracos negros microscópicos podem ser criados. A diferença está em que uns acham que isto seria entusiasmante e os outros acham que seria perigoso.
Mas ninguém provara isso até agora, e tudo não passava de uma suposição.
Isso agora mudou.
Colisão de partículas pode gerar um buraco negro
Matthew Choptuik, da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá, e Frans Pretorius, da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, usaram uma simulação feita em computador para mostrar conclusivamente, pela primeira vez, que uma colisão de partículas realmente pode gerar um buraco negro.
Instantâneos das novas simulações que mostram que duas partículas que colidem podem de fato criar um buraco negro, o círculo negro no último quadro. [Imagem: Frans Pretorius/Princeton]
Utilizando centenas de computadores, Choptuik e Pretorius calcularam as interações gravitacionais entre as partículas que colidem (eles utilizaram sólitons) e descobriram que um buraco negro irá se formar se duas partículas colidirem com uma energia total de cerca de um terço da energia de Planck.
Esta comprovação não muda em nada a discussão sobre o eventual fim do mundo causado por buracos negros que engoliriam a Terra. Ninguém passa a ter mais razão ou menos razão porque os dois grupos já partiam do pressuposto de que havia a possibilidade de geração dos buracos negros.
Mas a descoberta tem implicações importantes para os trabalhos do LHC e abre inclusive a possibilidade de que sejam descobertas novas dimensões do Universo.
Como se forma um buraco negro
O elemento essencial para o nascimento de um buraco negro é a compressão de uma quantidade suficiente de massa ou de energia em um volume suficientemente pequeno, como acontece quando uma estrela muito grande colapsa sobre si mesma.
Duas partículas podem criar um minúsculo buraco negro exatamente desta mesma forma, desde que elas colidam com uma energia acima de um limite fundamental chamado energia de Planck. [Imagem: Princeton Physics Department]
Segundo a Teoria da Relatividade Geral de Einstein, a massa e a energia deformam o espaço e o tempo - considerados por ele como sendo uma entidade única, o espaçotempo - para criar o efeito que percebemos como sendo a força da gravidade.
Se uma massa ou energia grandes o suficiente forem comprimidas em um espaço pequeno o suficiente, essa deformação do espaçotempo se torna descomunal, gerando uma gravidade tão forte que nem mesmo a luz consegue escapar dela.
O objeto compactado torna-se assim um buraco negro.
E os buracos negros do LHC?
O que a simulação computadorizada de Choptuik e Pretorius demonstrou é que duas partículas podem criar um minúsculo buraco negro exatamente desta mesma forma, desde que elas colidam com uma energia acima de um limite fundamental chamado energia de Planck.
Isto significa que o LHC vai produzir buracos negros?
Não necessariamente.
Isto porque, segundo os físicos, a energia de Planck é um quintilhão de vezes maior do que a energia máxima que o LHC conseguirá atingir.
Mas há possibilidades.
Alguns teóricos preveem a existência de dimensões extras no Universo. Mesmo sendo minúsculas, essas dimensões extras, se existirem, podem efetivamente baixar a energia de Planck por um fator gigantesco, tornando a criação dos buracos negros microscópicos uma possibilidade alcançável pelas colisões que acontecerão dentro do LHC.
Dimensões extras do Universo
Em vez de algum tipo de apocalipse, poderemos ver o fim do mundo como o concebemos até hoje, e ver nascer um novo mundo repleto de novas dimensões, de novos horizontes e de novas possibilidades de descobertas. [Imagem: Princeton Physics Department]
Ou seja, se, em vez de ser tridimensional como nossos sentidos nos dizem, o espaço realmente tiver mais dimensões, o LHC poderá de fato produzir buracos negros.
Segundo as hipóteses que defendem a existência dessas dimensões extras, elas também são microscópicas e devem estar curvadas em loops pequenos demais para serem detectados, exceto por uma colisão de partículas de alta energia.
Isso, contudo, não dá qualquer reforço aos argumentos dos catastrofistas: se existirem as dimensões extras, e se a energia do LHC for suficiente para atiçar seus efeitos, e se esses efeitos baixarem a energia de Planck, e se os buracos negros microscópicos forem formados, ainda assim, afirmam os físicos, eles deverão decair em alguns nano-nano-nanossegundos.
Ou seja, talvez o mundo possa mesmo acabar, não de fato, mas como uma metáfora - em vez de algum tipo de apocalipse, poderemos ver o fim do mundo como o concebemos até hoje, e ver nascer uma nova concepção de mundo, repleta de novas dimensões, de novos horizontes e de novas possibilidades de descobertas. Seria mesmo entusiasmante.
Bibliografia:
Ultra Relativistic Particle Collisions
Matthew W. Choptuik, Frans Pretorius
Physical Review Letters
http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/0908/0908.1780v1.pdf

IPCC admite erro em previsão sobre aquecimento global
Written on 17:57 by Theo Wanderley
O vice-presidente do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), Jean-Pascal van Ypersele, admitiu que o órgão cometeu um erro ao afirmar que as geleiras do Himalaia poderiam desaparecer até 2035.
O IPCC havia feito a previsão em 2007 em um relatório intitulado AR4, que trazia uma avaliação sobre os impactos do aquecimento global.
Veja a cobertura completa do ocorrido na reportagem IPCC divulgou alerta não-científico sobre geleiras do Himalaia.
"As geleiras no Himalaia estão desaparecendo mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo (...) A probabilidade de elas desaparecerem até 2035 ou talvez até antes é muito alta", afirma o documento.
Recentemente, diversos cientistas contestaram os dados divulgados pelo Painel.
Em entrevista à BBC Yepersele admitiu o erro e disse que os dados serão revisados.
Defesa do IPCC
Apesar disso, o vice-presidente afirmou que o erro não muda a tendência atual do impacto das ações do homem no clima.
A polêmica voltou às discussões de diversos websites dedicados às mudanças climáticas nos últimos dias.
Alguns comentaristas afirmam que o erro pode ameaçar a credibilidade dos dados científicos sobre o clima, e também do próprio IPCC.
Mas Yepersele disse que esse não é o caso.
"Eu não vejo como um erro em um relatório de 3 mil páginas possa prejudicar a credibilidade de todo o conteúdo do documento", disse.
Erro de leitura
A afirmação de que as geleiras do Himalaia poderiam desaparecer até 2035 parece ter se originado em uma entrevista com o glaciologista indiano Syed Hasnain, publicada na revista New Scientist em 1999.
O dado voltou a aparecer em 2005 em um relatório do grupo ambientalista WWF - documento citado na avaliação de 2007 do IPCC.
Uma origem alternativa para a informação sugere que seria um erro de leitura de um estudo de 1996 que teria indicado que a data seria 2350.
Fisicamente impossível
A polêmica voltou à tona no ano passado, antes da Cúpula da ONU sobre o Clima em Copenhague, na Dinamarca.
Em dezembro, quatro importantes glaciologistas prepararam uma carta para publicação na revista científica Science na qual afirmam que o completo degelo das geleiras até 2035 era "fisicamente impossível".
"Não há como ser feito", disse Jeffrey Kargel, da Universidade do Arizona, à BBC, no período de publicação.
"Se você pensar em uma espessura de 200-300 metros, em alguns casos até de 400 metros - e se perdermos o gelo a uma taxa de um metro por ano, ou dois metros por ano, você não vai se livrar de 200 metros de gelo em meio século", afirmou Kargel.

HP entra no mercado das impressoras 3D
Written on 17:53 by Theo Wanderley
Se durante as últimas semanas você esteve antenado a tudo o que aconteceu no mundo da tecnologia, deve ter percebido a enxurrada de gadgets e produtos eletrônicos que buscam na terceira dimensão uma nova oportunidade de mercado.
Televisores 3D, blue-ray 3D e até a Copa do Mundo em 3D. Não contente com todas estas iniciativas, a Hewlett-Packard, conhecida fabricante de impressoras e multifuncionais, está prestes a trazer para o mercado uma impressora 3D.
Recentemente, a HP assinou uma parceria com a empresa Stratasys, especializada em impressões tridimensionais e o projeto está a todo vapor! Ao que tudo indica, a HP entra com a marca e produção, enqunato a Stratasys fica responsável pela tecnologia em si.
O produto deve chegar ao mercado até o fim do ano e, embora valores não tenham sido discutidos, há quem diga que o brinquedinho pode chegar à faixa dos US$20.000. Para você ter uma ideia, a impressora mais simples e barata do catálogo da Stratasys é a uPrint, um aparelho pequeno o suficiente para caber em uma mesa e que fabrica modelos de até 15 x 20 cm e custa US$14.900.
Sendo assim, o uso da impressora 3D, pelo menos por enquanto, não é focado no mercado doméstico, mas sim em pequenas indústrias que precisam de protótipos de qualidade. Mas não pense que imprimir em três dimensões é novidade. Este tipo de impressão já existe a algum tempo, mas mantém seu foco em grandes indústrias.
